segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Fagil_idades


Chamou-me a atenção pelo nome (o livro). Chamaram-lhe em português: "o
tempo envelhece depressa".
Engraçada a noção do tempo...
Muda continuamente enquanto o próprio tempo vai passando, escorrendo.
Disse-o já diversas vezes: escorre-me por entre os dedos, o tempo;tal
como as gotas de orvalho escorrem por entre as veias de uma qualquer
folha e caem no chão, para se transformarem em vida, nos ciclos do
tempo de que se alimenta a natureza.
É dessa fragilidade da noção do tempo que nos damos conta a cada novo
dia, e quando num desses, indiferente, um qualquer, de repente , tudo
se torna diferente ficam a faltar pedaços de coisas que não deviam
faltar, faltam peças, uma musica , uma palavra, faltou o momento que
se esgotou na espera de não se acabar, faltou a coragem da atitude que
ficou por tomar. Mudam os sentidos das coisas que faziam sentido, e o
que era pouco passa a muito e o muito desfaz-se em nevoeiro por entre
as dores de quem sempre esperou, por uma outra coisa. Incapaz, para se
transformar...


São como gotas de chuva
orvalho de uma nova aurora
medo que cresce em cada curva
fragilidade demonstrada a toda a hora
escorrem por estas linhas
que se transformam em veias
veias tuas, vidas minhas
presas em insignificantes cadeias

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