segunda-feira, 8 de abril de 2013

Uma meia dúzia de anos


Chegaste. Fruto da obstinação que me caracteriza, quase tão bom ou tão mau como se tem de bom ou mau ser teimoso. Marcaste a diferença: as noites, cansadas de choros e preocupações veladas, de um silencio impresso, precioso, sendo rasgadas por outros tantos gritos de quem buscava atenção, passaram para um silencio calmo, que quase preocupava pela serenidade, estranha, da novidade de passarem a inteiras, dormidas.


Trouxeste no sorriso fácil, a simplicidade com que me dás a volta com tão pouco.  Habituada que estava a fazer valer a minha imposição após instantes de luta desafiada, mais e mais, até que tudo acaba com uma capitulação minha, geralmente por cansaço, ou com um estridente puxar de cordas vocais em jeito de ditadura. Tudo para ti é fácil e se não se consegue com um chorinho e olhinhos mansos ou recorrendo a um irmão, mais velho e grande, que saiu à mãe na sua obstinação em fazer valer a posição que defende, não se consegue e ponto! Simples, assim...O ou é tudo ou então não quero nada não vale para ti, és mais pacífico do que toda a tempestade que se consegue fazer dentro do copo de água que é a nossa família e mais teatral ( com os teus olhinhos de mansidão e birrinhas de criança, que sempre serás...) na tua naturalidade mimada.


Suspeito que, na parte que te toca, até ao teu irmão já sabes dar a volta e lutas, pacificamente, pelo teu próprio espaço, encaminhando devagar o pavio curto que provoca por vezes muita chama, só para que se vejam fogos de artifício.

De uma escolha, são vocês o meu grande desafio. Dei-vos o primeiro dia, faremos, enquanto podermos, o resto das nossas vidas. Uns e outros, por seus caminhos, nas diferenças e nas parecenças, juntos, para o que cá houver...


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