terça-feira, 3 de julho de 2012

O valor das coisas


Eu acho que... 

ainda temos 


Os dois lados da coisa.

Li isto no site do Sindicato dos Enfermeiros:
.
"A rácio de 1,5 Enfermeiros por Médico coloca-nos no desonroso lugar 30º entre 40 países indicados no estudo. 
Mas não deixa de ser significativo que, desde a Irlanda, com 6,4 Enfermeiros por Médico, à Finlândia com 5,7 Enf/1 Médico, àDinamarca, com 4,2/1, à Holanda 4/1, quanto maior é a rácio Enfermeiro/Médico, maiores são os ganhos em saúde, como é do domínio público."
.
Não sou particular entusiasta no rácio Enfermeiros/Médico, especialmente numa contabilização onde na rubrica "Enfermeiros" cabem todos os profissionais que exercem no contexto relacionado com a Enfermagem; o que significa que uma parte muito substancial não são Enfermeiros (tal como em Portugal concebemos), mas "aparecem nas contas"!
.
Compreendo que o excesso de Médicos empregues no sistema é pernicioso para o mesmo!
Todavia, deixo algumas considerações interessantes (para quem gosta de ponderar acerca dos cenários para a evolução da profissão):
.
1. Não existe nenhuma relação directa sólida entre o rácio Enfermeiro/Médico e a qualidade (e eficácia) do sistema de saúde; existe, sim, uma relação com as dotações de Enfermeiros - o que é diferente. 
Se assim fosse a Polónia, Coreia, Eslováquia, República Checa ou a Rússia teriam melhores sistemas de saúde do que Portugal... o que é falso! Ou então os Estados Unidos melhor que a Suécia, Finlândia ou Noruega... o que é, uma vez mais, falso! 
A título de curiosidade, o continente africano tem um rácio médio de 5 Enfermeiros para um Médico; ou seja, nos países sub-desenvolvidos também existem bons rácios, no entanto...



2. Em todos os países referidos pelo sindicato, os Enfermeiros auferem um salário igual ou inferior à média salarial da população(estimada entre professores, sapateiros, empregados de mesa, cartomantes, mineiros, etc - dos qualificados aos analfabetos) do respectivo país. Entendem o que isto significa? 
Portugal, por exemplo, em proporção relativa, é o segundo país mais bem classificado neste ranking (mundial)!


Podemos observar que, por exemplo, os Enfermeiros Irlandeses, Noruegueses e Finlandeses, auferem rendimentos próximos (em alguns casos, inferiores) salário médio do seu país (por vezes pouco acima do salário mínimo).
Assim, podem reflectir no futuro da Enfermagem... sabendo que maiores rácios Enfermeiro/Médico, estatisticamente, significam menores salários!
.
Aguardo contra-argumentações. 

Sem comentários:

Enviar um comentário