quarta-feira, 13 de março de 2013

(Re)Pensando a União



" Os analfabetos do séc. XXI não serão os que não sabem ler nem escrever mas sim aqueles que não saibam aprender, desaprender e reaprender" 

                                                                            Alvin Toffler


...E lá vamos nós outra vez! a vida é como o carrocel  "A Selva" , cheio de subidas e descidas que, se bem reflectidas e interpretadas, mais não são do que repetições reajustadas de situações idênticas.

Voltei á escola. É neste momento que me sinto outra vez como a menina de carrapito no alto da cabeça, de sorriso (bem armado) na face, prontinha para me tentarem imprimir de novo  tudo o que conseguir desencantar de todos os cantos do conhecimento.   A diferença é que o mundo mudou muito e com ele as formas da educação. Tanto que não haverá já quem me imprima nada. Apenas a vontade que eu demonstro ou não de querer imprimir em mim alguma coisa me fará aprender .

Pois sim! Finalmente chegámos áquela fase em que só nos é permitido aprender o que realmente quisermos aprender. Logo, só iremos mudar a forma de actuar, perante a vida e as situações, se realmente deixarmos que se imprima algo de novo em nós ( a viajar na maionese??!! pois! eu passo assim a maior parte das horas dedicadas à meditação transcendental de como transformar os meus sonhos em algo de completa impossibilidade de compreensão... love it!!)

O processo de Bolonha trouxe à educação a  já tão conhecida harmonização que a nossa União tanto anseia. Independentemente de europeista ou não, a união está aí, existe, é uma realidade mesmo que por vezes nos pareça uma coisa vagamente longínqua, que toma forma, por vezes desajustada, lá para o lado de Bruxelas. O que me incomoda nisto tudo é realmente esta necessidade de harmonização que me parece, para além de provavelmente na realidade impossível, limitadora da necessidade da existência de polos opostos para que se debatam as ideias. Ora bolas! se formos todos iguais provavelmente passaremos a ser uns " sensaborões", de pontualidade britânica e organização alemã, poupados como os suíços e submissos como os países de leste! O que faremos à siesta espanhola, ao trânsito italiano e à gula portuguesa??? Pois que se harmonizem procedimentos mas por favor que se continue a tratar cada povo com o devido respeito às suas tradições e costumes, sabendo que toda a sociedade evoliu através da incorporação de novos costumes de que se apropria somando às suas as novas caracteristicas...

...e isto tudo para dizer que um povo é muito mais do que a soma das suas gentes e um individuo é muito mais do que a soma de todas as suas caracteristicas. Para se compreender alguma coisa é necessário reflectir sobre ela, estar disposto a criar hipoteses e abandoná-las se não servirem. O método científico é uma coisa maravilhosa que começa tão somente com a formulação de uma pergunta. Perdermos o sentido questionador e acatarmos tudo o que nos é proposto sem questionarmos a sua eficácia é perigoso e tornarnos-á susceptíveis de "ataques" externos á nossa autonomia e soberania. Podemos ser uma união, mas esta só o poderá ser se na realidade mantiver protegida a identidade ( leia-se tradições, costumes etc e tal) e o respeito pela diferença de características de cada um dos seus membros...








"Asa que possa andar no firmamento,
Só caminha no chão por cobardia"


                                       Miguel Torga                           


                                                     "O Universo não é ideia minha
                A minha ideia de universo é que é ideia minha"



              Alberto Caeiro ( heterónimo de Fernando Pessoa )

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