domingo, 26 de maio de 2013

Por terras de cante



Este fim de semana realizei mais um daqueles pequenos sonhos que se tornam importantes para a construção da nossa vida, como caminho in_certo que escolhemos percorrer.
Foi desta que fui ao Alqueva!
Alvo de tantas discussões e até algumas contradições, o grande lago do Alqueva afigurava-se-me como uma estranha ( até meio contra-natura) e megalómana construção no meio da planície. Lembro-me das opiniões e leituras que "consumi" na esperança de encontrar algum consenso que me permitisse formar opinião ( ah! santa ingenuidade!). Na verdade não há nada como ir, ver, ouvir quem sabe, quem usa, quem sabe do que fala e só depois emitir ( ou formar) opinião.




Raios me partam se não consigo ainda ficar absolutamente abismada com o que a engenharia e "carolice"  dos homens consegue construir. Como é que é possível que uma parede de betão consiga conter a força de tanta água... e no entanto ela está lá, presa, espraiando-se pela planície transformando os castanhos, secos e áridos, duma terra que parecia ter sido abandonada pela alma de um povo, em amarelos de aspecto sadio salpicados aqui e ali do vermelho das papoilas e do verde de uma cultura que pretende de novo ter força para surgir... E o grande lago formou-se à força de se conter uma riqueza que é nossa e que podemos e devemos usufruir para manter viva não só a alma mas também aquilo que alimenta o corpo de uma nação. 



Ai Alentejo da minha alma, que agora já não te falta água para dares de comer à nação! Talvez te faltem ainda uma quantidade generosa de homens capazes de te fazer brotar do chão alguma esperança,  que não se cansem facilmente, à primeira contrariedade, correndo para se abrigarem nas mãos do estado ( a que chegámos)  mas isso como tudo o resto também se forma a partir da vontade. 

Por enquanto podemos ir navegando nos barcos de recreio, visitar a marina, produzir energia e encantarmo-nos com esta nova paisagem a perder de vista... Espero que em breve se possa espalhar esta tão grande riqueza fazendo renascer a esperança e a vontade de regressar às terras onde o trabalho pode sempre dar o fruto necessário à nossa sustentação

Digo eu...





quinta-feira, 25 de abril de 2013

Correr pela liberbade




A liberdade, para além de tudo, corre-me nas veias, tal como a alegria. Mesmo que ela se expluda em ataques de raiva mal contidos, quem me sabe levar, leva-me sempre por bem...

Ontem, para celebrar o meu ataque passado, decidi, à última da hora e sem grandes programações ( mesmo como eu acho que as coisas sabem melhor) , ir correr pela liberdade. A passo de tartaruga lá fui, na companhia do meu mais pequeno, que o grande já corre como gente grande! Não é isto nenhuma fábula, por isso, cheguei exactamente como se esperava, na liga dos últimos! de sorriso estampado na cara, porque quem sabe admitir que por vezes erra, também sabe o bom gosto que dá na boca, a humildade de reconhecer aos outros razão...

Se é verdade que até já aos festejos apertaram o cinto, também é verdade que a festa deve estar dentro de nós e se a revolução ainda está a tentar concretizar-se o golpe de estado esse já leva anos que cheguem para a maturidade! Talvez esteja na hora de reformularmos a nossa revolução, de percebermos o que queremos que façam com o nosso pais, o que vamos deixar que moldem, que modifiquem e ao que nos queremos agarrar, como escolha consciente, cientes que das nossas escolhas sairá o bem maior para todos nós, que do meu ponto de vista deve ser o pilar de qualquer estado.

É a nós que cabe a responsabilidade de defender o que é nosso, não a outros! Unidos somos mais, mais fortes, mais seguros! Defender quintas pessoais, por esta altura do campeonato, é um erro em que não devemos deixar-nos cair. É a nacionalidade, o futuro, o sorriso na boca dos nossos filhos que está em causa. Por um sorriso e a felicidade daqueles que mais amo, garanto-vos, dou a volta a este e ao outro mundo! até me sujeito a correr atrás da liberdade =P

( mesmo que chegue em último!  ;D  )

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Uma meia dúzia de anos


Chegaste. Fruto da obstinação que me caracteriza, quase tão bom ou tão mau como se tem de bom ou mau ser teimoso. Marcaste a diferença: as noites, cansadas de choros e preocupações veladas, de um silencio impresso, precioso, sendo rasgadas por outros tantos gritos de quem buscava atenção, passaram para um silencio calmo, que quase preocupava pela serenidade, estranha, da novidade de passarem a inteiras, dormidas.


Trouxeste no sorriso fácil, a simplicidade com que me dás a volta com tão pouco.  Habituada que estava a fazer valer a minha imposição após instantes de luta desafiada, mais e mais, até que tudo acaba com uma capitulação minha, geralmente por cansaço, ou com um estridente puxar de cordas vocais em jeito de ditadura. Tudo para ti é fácil e se não se consegue com um chorinho e olhinhos mansos ou recorrendo a um irmão, mais velho e grande, que saiu à mãe na sua obstinação em fazer valer a posição que defende, não se consegue e ponto! Simples, assim...O ou é tudo ou então não quero nada não vale para ti, és mais pacífico do que toda a tempestade que se consegue fazer dentro do copo de água que é a nossa família e mais teatral ( com os teus olhinhos de mansidão e birrinhas de criança, que sempre serás...) na tua naturalidade mimada.


Suspeito que, na parte que te toca, até ao teu irmão já sabes dar a volta e lutas, pacificamente, pelo teu próprio espaço, encaminhando devagar o pavio curto que provoca por vezes muita chama, só para que se vejam fogos de artifício.

De uma escolha, são vocês o meu grande desafio. Dei-vos o primeiro dia, faremos, enquanto podermos, o resto das nossas vidas. Uns e outros, por seus caminhos, nas diferenças e nas parecenças, juntos, para o que cá houver...


quinta-feira, 4 de abril de 2013

Ser grande ( algo estranho acontece...)



O que queres ser quando fores grande? Qual de nós não respondeu continuamente, vezes sem conta , sempre com a mesma resposta que, aparentemente, parecia fazer sorrisos na cara dos "grandes"?

Preparar as respostas que os outros querem ouvir, também pode ser uma arte...


Fui excluindo, a pouco e pouco, com a capacidade prática que me caracteriza, todas as experiências que não preenchiam os requisitos mínimos para o tal "ser grande" . Se é que se chega alguma vez a tal coisa...

A profissão foi escolhida, após uma exclusão prática de hipóteses, através de uma revista inovadora na altura, a que se dava o nome de Fórum Estudante. Profissão de coração, era o que lhe chamavam, parecia bom para mim! Após as hipóteses clássicas ( para a entrada no lugar que tinha povoado o meu - nosso- futuro como a solução para todos os problemas da vida) lá foi a profissão de coração ( a preencher 2 das 6 hipóteses que nos permitiam) e no fim de tudo aquela que, após as exclusões, mais me fascinava, mas que não tinha qualquer sentido prático: bioquímica.  Sempre me fascinaram os processos químicos que compõe a biologia do ser. As andanças das cargas diferentes para trás e para a frente com todas as suas trocas e transformações lembram-me as alquimias que enfeitiçam os sonhos de magia que temos quando somos criança.

Das disciplinas a que mais me custou abandonar, durante o percurso prático que me definiu, foi a História ( talvez por isso insisto em carregar comigo as histórias que compõem as apertadas malhas da vida - minha, nossa - e do pais)

Quando lá cheguei, sabia tanto ao que ia como quase nada, mas recordo a primeira serenata monumental como o primeiro grande realizar de um sonho, meu. Os planos que fiz, desde o percurso em que o corpo teimou em transformar-se e aumentar descontroladamente, embora com algumas nuances e aproximações, tinham culminado naquele estar ali que era o mais importante.

Terminado o caminho em busca do "...que queres ser quando fores grande?..." fui largada na vida real. Estranho. As promessas de resolução de problemas desfazem-se em muros de preocupações, ocupações e indefinições e tudo parece um ciclone de acontecimentos que são supostamente para ser assim mas que ninguém sabe onde nos irá conduzir... ( não esquecer de não abandonar a parte pratica que sempre me definiu, é o que nos define que nos identifica, ou será ao contrário??)...



... e ninguém nos ensina que não podemos viver tudo outra vez, apagar e fazer de novo. Ninguém nos ensina que o caminho é sempre em frente e que é o próprio caminho que importa e não onde ele vai chegar...

Tentamos viver tudo de novo através dos olhos dos nossos filhos, recuperar os sonhos, a esperança, as possibilidades infinitas de fazer e desfazer, criar, gostar ou não, recriar , acrescentar e reparar, perdoando e comunicando com a facilidade com que se sente tudo à flor da pele. Tentamos acreditar que a vida pode moldar-se e transformar-se no que nós quisermos...

...e subitamente, ou não, depois de tudo isto, foram as crianças que me ensinaram. Elas trazem consigo a luz,  sempre que aparecem.  Cada uma diferente entre si, com diferentes formas de mostrar o que e como sente. Adoro sobretudo a forma como não conseguem separar-se e mesmo assim estão constantemente a demonstrar os ciúmes que têm, a competir pela minha atenção. Mesmo que a minha cabeça esteja cheia de mil uma coisas, mesmo que me façam perder a paciência, sei que me disputam ou me sufocam por que se sentem bem, no ninho que, como vou podendo, construo e reconstruo, melhoro e reformulo, para que se sintam felizes.

Ensino-lhes que o que importa é o caminho, que não importa a formula o que importa é sentir, amar e perdoar e ensinam-me que o que eu quero ser quando for grande é...


manter-me sempre, criança!

terça-feira, 2 de abril de 2013

Light it up Blue!!


Vamos tornar o mundo mais azul!







Dúvidas? Está tudo aqui

Ser Asperger


«Estar sózinho no meio da multidão...
Parece que não ouço.
Que não sinto igual a ti.
Apenas porque estou distraído.
Neste meu mundo fantástico.
Não sou capaz de ser fingido.
E não permito uma mentira.
Mas eu sou igual ti.
Olha bem para mim.
Afinal eu estou vivo.
E moro aqui ao pé de ti.»

Da mãe Mina para Bruno V.