quinta-feira, 28 de março de 2013

Palavras de Páscoa



Eu sei! Esta não é a melhor altura do campeonato para andar a fazer "publicidade" a coelhos... e também ainda não consegui descobrir o que é que faz o coelho, no meio das celebrações da Páscoa ( mas há tanta coisa que ainda não consegui descobrir...).  O ritual de morte a que se associa a quadra, confesso, não me enche as medidas. Prefiro pensar na Páscoa como época de renascimento.
No antigo testamento, a Páscoa celebrava a fuga dos Judeus da escravidão de que foram alvo no Egipto. Os cristão celebram a morte e ressureição de Cristo - o renascimento, a vida para além da vida - tantas vezes denominada de Paixão. Cristo atravessa o caminho para o calvário, morre, para renascer nos nossos corações. Palavras bonitas e que facilmente se conseguem passar para o dia a dia, basta querer. É o amor que nos dá a vida, é no amor que a vida faz sentido, é através da paixão, que nos sentimos vivos, e a paixão é o sentimento que pomos em tudo aquilo que nos faz sentido: a paixão pela música, pelos livros, pela vida. É de uma paixão que nasce o amor e é o amor que dá sentido à vida. O Homem arranja parábolas, estórias , rituais, para dar sempre as mesmas voltas ao que é essencial. Não são os coelhos, nem os doces, nem as prendas que se dão que fazem as épocas ou significados especiais. É o amor, o tempo e a atenção que dedicamos às coisas e às pessoas que as fazem importantes, especiais. Num tempo em que corremos à procura de tudo e demasiadas vezes o que obtemos é nada, parar e reflectir no sentido da Páscoa talvez seja uma forma de renascermos para o que nos faz sentido. É da união de forças que se faz a grandeza: pelo amor ao povo que caminhava, Moisés separou as águas; pelo amor ao Mestre, alguns desafiaram a autoridade imposta e ajudaram Jesus no seu caminho. Dos fracos diz-se, não reza a História, mas há muitas histórias que não rezam nem metade da força e da capacidade que o ser humano tem de amar e lutar.

Pensamentos e reflexões à parte, tanta coisa só para vos dizer: Tenham uma boa Páscoa, junto dos que mais gostam e acima de tudo ( entre amêndoas e ovos ) aproveitem cada momento como se fosse único.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Primavera ?!?!?!



E pronto! Vestimos as cores de Primavera e estamos preparados para o que há-de vir. Mesmo que ninguém saiba muito bem o que se segue. O governo, cai ou não cai? Os portugueses, aguentam ou não aguentam? O salário, chega ou não chega?
O que eu sei que chega é esta incerteza de não vermos rumo para chegar a lado nenhum. Austeridade, austeridade... e a bem da verdade os resultados estão à vista! ou melhor não estão, porque não se vêm, muito pelo contrário: estamos mais pobres, mais mal-humorados e desconfiados de que alguém saiba até onde conseguimos chegar.
Se na" teoria económico-psicológica" * são as dificuldades que nos impulsionam para chegarmos mais longe...fazer mais e melhor; eu pessoalmente estou a ficar um bocado cansada de dar ao pedal e não ver resultados nenhuns... é que isto do desemprego gerar novas oportunidades, fica bem na cabeça dos teóricos mas na prática só se vê aumento nas estatísticas do desemprego, nas horas de trabalho, na quantidade do mesmo e zero em incentivos que nos façam aumentar a motivação. Sim, porque sem motivação não há nada que nos faça andar a sacrificar a pele por muito tempo porque, que eu saiba, o masoquismo ainda se encontra na esfera dos desvios da normalidade.
Até o meu filho já descobriu que, se se esforçar um pouco, consegue bons resultados e com isso o aumento das minhas horas de satisfação e bom humor para além do orgulho de se sentir realizado. Ora se ele se esforçasse, conseguisse melhorar os resultados e eu ainda por cima lhe dissesse : "não foi o suficiente"! o mais provável era que ele me respondesse: queres melhor? faz tu, sdkirchwnerxcfuwqpaei!



Difícil de entender???  Pois eu também acho que não  =D






* a vossa atenção para o facto da dita cuja não existir a não ser na minha imaginação...

terça-feira, 19 de março de 2013

Audições e apresentações num dia especial






 Ontem foi dia de audições de Inverno. Fez-me lembrar duas meninas, há muito tempo, no salão nobre dos bombeiros.
Não sei se foi nessa altura que me começou esta mania que tenho de detestar palcos...deve ter sido..
De qualquer forma, cuido para que os meus pequenos vejam o palco como um chão subido, onde possam sempre demonstrar tudo o que sabem, o que conseguem fazer e o que se esforçam por conseguir ( o meu agradecimento  aos professores da escola de artes de sines pelo empenho e dedicação que têm demonstrado neste percurso)


Os tempos vão mudando e as preocupações são agora diferentes do que eram, sem dúvida!
De qualquer das formas é àqueles que se preocupam connosco que devemos toda a gratidão por nos ajudarem a chegar mais longe, com mais vontade e seguros das escolhas que fizemos.

A vida nem sempre é facil! Lidar com as nossas (minhas) explosões ( leia-se mau feitio desgraçado!) de certo que deve ser bem pior do que engolir uma maçã envenenada...






Mas é precisamente a esses que agradeço
toda a paciência que têm para aturar
este "monstrinho" demasiadas vezes adormecido

=)












Feliz dia Papá, és o melhor de todos os mundos !!!

e porque eu sei que estas coisas internáuticas são difíceis para ti, ponho aqui para que possas vê-lo bem =)








domingo, 17 de março de 2013

Decisões,convulsões e outras questões...




...e hoje foi o dia dos meninos ( já sei! estavam à espera que eu dissesse que era o dia do Senhor, mas já tivemos o nosso momento católico e como sabem, aqui há de tudo, como na pharmácia!) . Ao Domingo, sempre que posso e a profissão me deixa, gosto de os deleitar, e a mim, com um delicioso petisco confeccionado longe das mãos maternas que, diga-se de passagem, é uma sacrificada no que concerne a logística de sobrevivência familiar. Sim! eu faço parte da maioria dos " jovens" ( e porque não??!!) adultos que continuam a sobreviver à custa do " Paitrocínio". Falta de juízo! diriam vocês... sim, responderia eu, falta  de juízo de quem nos governa e que não soube proteger as gerações do endividamento, não soube proporcionar a educação necessária sobre politicas económicas, deixando-nos à mercê de grandes grupos económicos e bancários...e infelizmente ainda assim continuamos, mas de certeza não por muito tempo, que não há "Paitrocinio" que seja para sempre... adiante... como dizia, hoje foi dia dos meninos:  como mãe cuido para fazer o que os governantes não fizeram connosco, educá-los!

Hoje o dia foi dedicado às drogas: a saber, todo o período de convulsão social e descontentamento trás consigo muitos tipo de vício que tendem a ser um substituto dos horizontes que, por esta ou aquela razão, se perderam. Essa parte da lição já foi dada. Vicio é toda aquela substância que ao ser consumida altera, de alguma forma, a  percepção da realidade e sem a qual depois de se iniciar o consumo, o organismo não consegue "funcionar" devidamente. O jogo, o café, o tabaco, o álcool  são algumas das legais, tal como alguns medicamentos e depois temos as outras.
Não vale a pena escondermos o lixo por baixo do tapete, elas existem, estão aí à porta das nossas escolas, exactamente nos locais onde andam os nossos filhos, portanto nada melhor do que saberem e o que é e o que lhes pode fazer, para conseguirmos ajudá-los a combaterem a vontade de experimentar ou abusar. Não se iludam, não somos nós, pais, que vamos impedir que eles façam seja o que for, vão ser eles e sempre eles que vão decidir se querem ou não fazer. Nada melhor do que a informação para que possam decidir em consciência. E não é esta a base da democracia??

Nem sempre é fácil falarmos sobre determinados assuntos. Também não é fácil justificarmos as nossas fraquezas ( mas ó mãe, porque é que fumas?) e muito menos fazer desaparecer a imagem de super-herói que qualquer filho tem dos pais. Mas é esta a realidade, somos frágeis, susceptíveis de erro e a maior parte das vezes nem temos razão. Mas cabe-nos a nós demonstrar- lhes que ser humano é mesmo isso, que podemos voltar atrás para pedir ajuda e conselho e que sobretudo é na escolha, nas nossas escolhas, e na procura que fazemos para escolher em consciência, que podemos e devemos fazer toda a diferença à sociedade.

...e vou, que se faz tarde e dizem eles que amanhã começa uma nova semana...inté!




quarta-feira, 13 de março de 2013

N` A Companhia de Jesus

Habemus Papam!




Veio do "fim do mundo". Denominou-se Francisco, o primeiro a fazê-lo na longa história da Igreja católica, Jesuíta . Tem como raízes de nome e de congregação o dever da educação, da evangelização missionária e sobretudo da humildade...

e até tem facebook

Parece que Deus, na sua misteriosa grandiosidade, ouviu o que o que lhe pedi. Esperemos que o homem lhe siga as vontades...

Um Jesuíta tem como dever iluminar o mundo através da educação para a humanização. Um latino-americano deve, como legado ás suas origens, conhecer as dores e as necessidades daqueles que vivem todos os dias no limiar do pouco mais que nada. Partilhar é preciso, humanizar é necessário, trazer a felicidade ao coração das gentes uma mais valia necessária em tempos de crise. Nós, católicos e habitantes da aldeia global, damos-te a nossa benção! Bendito Sejas.




Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.

Oração de São Francisco de Assis 

E só por acaso uma das minhas favoritas =) ....



(Re)Pensando a União



" Os analfabetos do séc. XXI não serão os que não sabem ler nem escrever mas sim aqueles que não saibam aprender, desaprender e reaprender" 

                                                                            Alvin Toffler


...E lá vamos nós outra vez! a vida é como o carrocel  "A Selva" , cheio de subidas e descidas que, se bem reflectidas e interpretadas, mais não são do que repetições reajustadas de situações idênticas.

Voltei á escola. É neste momento que me sinto outra vez como a menina de carrapito no alto da cabeça, de sorriso (bem armado) na face, prontinha para me tentarem imprimir de novo  tudo o que conseguir desencantar de todos os cantos do conhecimento.   A diferença é que o mundo mudou muito e com ele as formas da educação. Tanto que não haverá já quem me imprima nada. Apenas a vontade que eu demonstro ou não de querer imprimir em mim alguma coisa me fará aprender .

Pois sim! Finalmente chegámos áquela fase em que só nos é permitido aprender o que realmente quisermos aprender. Logo, só iremos mudar a forma de actuar, perante a vida e as situações, se realmente deixarmos que se imprima algo de novo em nós ( a viajar na maionese??!! pois! eu passo assim a maior parte das horas dedicadas à meditação transcendental de como transformar os meus sonhos em algo de completa impossibilidade de compreensão... love it!!)

O processo de Bolonha trouxe à educação a  já tão conhecida harmonização que a nossa União tanto anseia. Independentemente de europeista ou não, a união está aí, existe, é uma realidade mesmo que por vezes nos pareça uma coisa vagamente longínqua, que toma forma, por vezes desajustada, lá para o lado de Bruxelas. O que me incomoda nisto tudo é realmente esta necessidade de harmonização que me parece, para além de provavelmente na realidade impossível, limitadora da necessidade da existência de polos opostos para que se debatam as ideias. Ora bolas! se formos todos iguais provavelmente passaremos a ser uns " sensaborões", de pontualidade britânica e organização alemã, poupados como os suíços e submissos como os países de leste! O que faremos à siesta espanhola, ao trânsito italiano e à gula portuguesa??? Pois que se harmonizem procedimentos mas por favor que se continue a tratar cada povo com o devido respeito às suas tradições e costumes, sabendo que toda a sociedade evoliu através da incorporação de novos costumes de que se apropria somando às suas as novas caracteristicas...

...e isto tudo para dizer que um povo é muito mais do que a soma das suas gentes e um individuo é muito mais do que a soma de todas as suas caracteristicas. Para se compreender alguma coisa é necessário reflectir sobre ela, estar disposto a criar hipoteses e abandoná-las se não servirem. O método científico é uma coisa maravilhosa que começa tão somente com a formulação de uma pergunta. Perdermos o sentido questionador e acatarmos tudo o que nos é proposto sem questionarmos a sua eficácia é perigoso e tornarnos-á susceptíveis de "ataques" externos á nossa autonomia e soberania. Podemos ser uma união, mas esta só o poderá ser se na realidade mantiver protegida a identidade ( leia-se tradições, costumes etc e tal) e o respeito pela diferença de características de cada um dos seus membros...








"Asa que possa andar no firmamento,
Só caminha no chão por cobardia"


                                       Miguel Torga                           


                                                     "O Universo não é ideia minha
                A minha ideia de universo é que é ideia minha"



              Alberto Caeiro ( heterónimo de Fernando Pessoa )

sexta-feira, 8 de março de 2013

Verdadeiramente mulher

paridade
(latim paritas, -atis)


s. f.
s. f.

1. Qualidade do que é par.DISPARIDADE, IMPARIDADE

2. Qualidade do que é igual ou semelhante. = ANALOGIA, PARECENÇA
3. [Economia] [Economia] Equivalência ao curso cambial das moedas entre dois países ou duas praças cambiais.
4. [Matemática] [Matemática] Propriedade de um número em relação a ser par ou ímpar. = PARILIDADE
5. [Portugal: Alentejo] [Portugal: Alentejo] Rebanho de coelhas paridas.



(é sempre bom saber, que no Alentejo, paridade significa um rebanho de coelhas paridas ??!!)

Apesar de se encher a boca e dela saltarem, com expressões até musicais, as palavras igualdade e fraternidade, os números não mentem...





Começámos há cerca de 2 séculos a lutar pela igualdade e hoje, ainda a caminho, permitam-me transformar o conceito e ajeitá-lo à nossa própria feminilidade, dando-lhe o nome de paridade.

Somos diferentes ( pois claro que somos) tanto em género, como angulo de visão, mas lutamos, quando nos permitem, exactamente pelos mesmo objectivos: uma vida melhor, seja lá qual for a percepção que tenhamos disso. Continuo a não concordar com os sistemas de quotas, mas acredito serem necessários para manter a tal paridade , já que qualquer carreira ou qualquer entidade patronal, ao considerar uma mulher deve, para bem de todos nós, ter em consideração a nossa mais especifica qualidade: a maternidade;  infelizmente a competitividade muitas vezes não considera o tempo necessário e essencial para estabilizar fortificar os laços permitindo um crescimento saudável e a estabilidade emocional do novo conjunto familiar.




Nenhum dos poderosos desta vida nasceu sem ter uma mãe ( até Jesus necessitou de uma!), embora qualquer ser humano possa tomar conta de outro. Mesmo que as próprias mulheres, na ânsia da apregoada igualdade, se queiram androgenizar e muitas vezes incorporar comportamentos tipicamente masculinos, a maioria, apesar de valorizarmos muito os nossos direitos, não dispensa os característicos tiques de feminilidade que nos caracterizam.

Mudar comportamentos é dificil, já o sabemos, e são necessários anos até que qualquer ruptura tenha efeitos visiveis nas forma de agir, trilhando-se por vezes caminhos errados na ânsia da conquista não se sabe muito bem do quê... Passar de protegidas a donas e senhoras do próprio destino implica responsabilidades e esforços que muitas de nós não estão ainda dispostas ou não sabem como  assumir. Tal como a sociedade civil teima em desresponsabilizar-se de muitos dos problemas existentes, passando para as mãos de outros a resolução dos ditos, também muitas de nós preferem ainda a procura da proteção e da segurança que supostamente nos trará a felicidade. Mas o mundo mudou e a felicidade, hoje, implica uma série de conceitos que não eram tidos em conta antiguamente e que estão essencialmente ligados à realização pessoal.

Sim! uma mulher não é só mãe, nem esposa, nem dona de casa, mas também não é só moda, compras e consumismo. Tal como qualquer homem, temos objectivos, esperanças e sonhos que vão muito para além da maternidade e que têm que ser respeitados pelos nossos pares, sem que para isso seja preciso perder as tão preciosas caracteristicas femininas.

Somos pilares de sobrevivência. Durante séculos fomos as operárias, muitas vezes invisiveis e maltratadas pela história, que permitiram o sucesso de muitas campanhas: a mão que cura , que alimenta, a fada que reequilibra as forças.  Não deve ser à toa que a sabedoria popular - que trás muitas vezes o conhecimento prático da vida e a certeza de que em qualquer altura se podem alterar
os principios e os fins de tudo - diz que por trás de todo a grande Homem está sempre uma grande Mulher ( querem melhor exemplo de paridade??? e já se sabe ...qualquer alentejano que se preze tem um cruzamento muito sexual entre o parir e a verdade =P )